Por Jota R. Bastos (baixista do CHM, Reassônica, Terror Chaos)
Seu nome, Diana, que em homenagem aos seus vôos, têm tatuado um par de asas em suas costas, só que na realidade, no seu ser, era infeliz. Assim como a ferrugem corrói o ferro, a depressão fazia o mesmo com seu intimo. Não tinha prazer naquilo, e o fazia por martírio. A penumbra e as luzes da boate chegavam a esconder suas lagrimas. Não sentia essa angustia pela dança, mas pelos toques em seu corpo, pela desfragmentarão em cada hora de sexo pago. Não era isso que sonhou para sua vida. Havia feito alguns programas na Shanadu (motel de Fortaleza - CE), só que lá não tinha esse seu trunfo o poli-dance.
Naquela noite de sábado o movimento da boate estava fraco, e, a única plateia era formada por quatro figuras singulares: um jovem índio da tribo dos tapebas, um camelô que acabava de considerá-la a sua musa, um sociopata com dois cigarros um em cada orelha e por ultimo um detetive bêbado, com seu copo de Jack Daniel's e duas pedras de gelo. Após o término de sua apresentação alada, senta ao lado do detetive, faz charminho e pede para ele lhe pagar um energético, era o ela precisava naquele momento, mas como não tinha feito nenhum programa não tinha dinheiro pra comprar, o dono da boate não fazia fiado pra ninguém. Enquanto isso também “ferrava” um cigarro na mesa ao lado.
Sabe que algumas colegas de profissão têm certa indiferença com ela e isso a afetava, pois queria apenas um momento de felicidade no meio de todo aquele caos, mesmo parecendo naquele lugar era seu reinado.
Às vezes Diana se sentia em pedaços e para suportar a dor acreditava ser uma heroína, e como toda heroína, ela tinha sua identidade secreta e fora de qualquer suspeita, Mesmo demonstrando firmeza ao falar era carente e indefesa. Tantos homens em sua cama, mas nenhum ombro amigo para reclinar a cabeça. Nesse fim de semana de muitos afazeres, e pouco tempo, começando pela sexta passada que teve um dia corrido, ela, mãe solteira, tinha matriculado seu filho de oito anos no colégio militar. No sábado antes de se apresentar na boate teve que resolver outras coisas, e nem teve tempo de pagar a conta de luz. O cansaço anunciava a chegada do domingo... Onde teria que preparar um almoço junto de mais uma mentira para sua mãe, que iria a visitar. Essa tal mentira era que trabalhava como copeira de um hotel, no período noturno. Vizinhos de sua casa a ignoravam por saber a verdade. Logo depois que sua mãe foi embora, já na tarde do domingo, Diana mexendo nos bolsos encontrou um folheto que continha uma mensagem de esperança. Que falava de uma Paz, não como a do mundo, e no final daquele folheto tinha uma oração, que ela não pensou duas vezes para repetira de coração. Sentiu algo invadir sua alma, algo tão sublime que explodiu em lagrimas. Esse mover fez até era engolir o orgulho e ir visitar aquela igreja onde alguns a olhavam com desprezo. Mas ela não olhava ao redor o alvo ela maior, o alvo era Jesus Cristo e sua mensagem de amor. Ali foi a frente antes do apelo sem pensar no amanhã só importando pra ela o hoje e a certeza de agora por diante seria feliz...
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